Quioto é uma cidade pacata e encantadora com as suas casas tradicionais em madeira e um ambiente muito espiritual.
Se apanharem o comboio-bala de Tóquio para Quioto, como nós fizemos, por volta do minuto 44 estejam atentos ao lado direito da janela, pode ser que tenham sorte e consigam avistar o Monte Fuji.
Onde ficar
Em Quioto podem deslocar-se facilmente de autocarro ou até de taxi. Ao contrário de Tóquio, a rede de autocarros é mais abrangente do que a dos comboios/metro.
Recomendamos que fiquem junto à Estação de Quioto (de onde partem comboios e autocarros) ou próximo de qualquer paragem de autocarros.
Se ficarem no Bairro de Gion provavelmente pagam mais, mas é uma zona bonita e onde podem ver Gueixas a passar.
Para uma experiência mais autêntica procurem ficar num alojamento típico japonês, com portas de correr forradas a papel de arroz, mesa baixa para fazerem as refeições sentados no chão e chão de tatami para dormirem em colchões.
Uma opção mais económica são os hotéis-cápsula, à semelhança de Tóquio.
As nossas sugestões de alojamento
Miro Sanjo Umemiyacho Tei – ficámos num alojamento semelhante a este, na zona de Gion. Gostámos bastante, apenas não o podemos recomendar porque já não se encontra disponível para alugar.
A máquina de lavar e secar roupa foi útil, o apartamento era espaçoso, típico, bem localizado e adequado para famílias – exatamente como este que vos sugerimos.
Oriental Hotel Kyoto Rokujo – a 1km da Estação de Quioto e a 600mt da estação de metro, portanto com boa localização. Bom ar, a bom preço.
O que visitar
Quando pensamos em Quioto a memória transporta-nos automaticamente para o incrível Fushimi Inari Temple.
Os toris vermelhos são uma das imagens mais conhecidas do Japão. Trata-se de uma espécie de arcos de madeira pintados de vermelho que são oferecidos pelos fiéis. Neste templo os torres formam um túnel que se estende por cerca de 4km.
O Fushimi-Inari é um templo Xintoísta, que acredita que os animais e outros elementos da natureza, como as árvores, são mensageiros dos deuses. Há um templo principal na base da montanha e atrás deste podem seguir pelos trilhos da montanha, passando sempre pelos referidos toris vermelhos e por vários altares, todos diferentes uns dos outros.
Não conseguimos descrever o ambiente que se respira nesta montanha, só mesmo indo. Foi um dia mágico!
Pretendíamos visitar Fushimi Inari por nossa conta, pelo percurso normal/principal. No entanto, recebemos uns vouchers para gastar em experiências no airBnb e isso levou-nos até ao Craft Tabby, um guia que faz um percurso alternativo fabuloso pelos trilhos.
O guia explicou todos os rituais, tinha um profundo conhecimento da zona e da cultura japonesa que fez mesmo toda a diferença! Não guia grupos grandes, fomos sozinhos com ele, o que para nós era fundamental por causa dos miúdos, para respeitarmos o tempo deles.
Levou-nos a cantinhos que sem guia não descobririamos, ou não entenderíamos o seu significado, e pelos caminhos alternativos por onde nos guiou praticamente não passámos por turistas nas 5 horas que durou a caminhada.
Se ficaram curiosos em relação ao guia, que recomendamos a 200%, consultem toda a informação na página do Craft Tabby.
É recomendável ir com crianças?
Realmente tentaram demover-nos da ideia, mas ainda bem que insistimos. Havia tantas distrações em todo o percurso que foi mesmo muito pacífico, ficaram fascinados. Os nossos filhos aguentaram o caminho todo. Levámos o de 5 meses no marsúpio, a de 3 anos andou um pequena parte às cavalitas e o de 6 anos foi sempre pelo pé dele, mas já estão habituados.
Vocês conhecem os vossos filhos melhor do que ninguém, nós explicámos as condições que vão encontrar, agora a decisão de ir ou não está nas vossas mãos!
Importante para quem vai com crianças
O percurso é longo, mas o grau de dificuldade é reduzido. No entanto, não permite utilizar carrinho de bebé porque tem escadas e piso (naturalmente) irregular por se situar no meio da montanha. O carrinho terá mesmo de ficar.
Mas Quioto não é só Fushimi! Há muitos outros locais a visitar: Kiyomizu-dera Temple, Arashiyama bamboo forest, Kyoto Tower, Museu Ferroviário (naturalmente cheio de comboios e com um vagão-restaurante onde podem almoçar).
Podem visitar ainda o Kinkaku-ji Temple, ou Pavilhão Dourado, cujo nome se deve às folhas de ouro que cobrem dois dos seus 3 andares. Fica a 40 minutos de autocarro da Estação de Quioto e não é possível visitar o seu interior.
Podem ainda beber um café ou fazer uma refeição numa das muitas esplanadas com vista para o Rio Kamogawa (normalmente abertas apenas de abril a setembro). Há inúmeros cafés/restaurantes junto ao rio, encontram neste artigo 5 deles.
Em alternativa podem comer num restaurante ligeiramente afastado do rio e de seguida fazer uma caminhada junto ao mesmo. Sugerimos o pequenino, e nada turístico, Popeye Ramen. Os donos não falam inglês, mas o menu tem imagens. Por gestos conseguem chegar a um ramen maravilhoso e barato.
Precisávamos de mais tempo para aproveitar Quioto ao máximo.
Com 3 noites não conseguimos ir a todos os lugares de que aqui falámos, principalmente porque um dia inteiro foi passado a ir e vir a Nara. Recomendamos que fiquem 4 ou 5 noites, ou então dispensarem a ida a Nara, mas nós adorámos, principalmente os miúdos.
Leiam o nosso artigo Nara: o que visitar numa ida e volta de Quioto para perceberem porquê!